Quais são as profissões mais suscetíveis a acidentes de trabalho?

Acidentes de trabalho causam uma morte a cada 3 horas no Brasil 

Diariamente, milhares de trabalhadores brasileiros sofrem acidentes de trabalho em todo o Brasil. E dentre as principais ocupações, existem profissões que oferecem um nível maior de risco ao empregado. 

Aqui neste artigo, vamos listar as profissões mais expostas a sofrerem um acidente de trabalho. Geralmente, funções que envolvem o trato com substâncias químicas, radioativas, inflamáveis ou contaminadas, fazem uso de explosivos ou expõem trabalhadores a riscos de saúde e violência física são as mais suscetíveis a acidentes de trabalho. 

Os dados da plataforma SmartLab que compila informações encontradas no Observatório de Segurança e Saúde no Trabalho do Brasil mostram que entre 2012 e 2018 foram registrados mais de 4,5 milhões de acidentes de trabalho em todo o país, resultando em 16.455 mortes. Isso significa que acontece 1 morte por acidente de trabalho a cada 3 horas e 43 minutos no Brasil.

Fizemos uma lista com as profissões de maior risco. Os profissionais que trabalham nestas funções geralmente são cobertos por seguro contra acidentes pelas empresas nas quais trabalham e possuem direito a receber o adicional de periculosidade ou insalubridade. Confira a nossa lista abaixo:

Bombeiros 

Os profissionais do Corpo de Bombeiros lidam diariamente com situações trágicas como incêndios, desabamentos e enchentes, por exemplo. E com o objetivo de garantir a segurança da população, os bombeiros colocam a própria vida em risco. 

Para se ter uma ideia do risco da profissão, podemos citar um evento trágico bastante conhecido por todos, o ataque terrorista às torres gêmeas ocorrido em 11 de setembro de 2001. Dentre os 2.753 mortos no ocorrido, 411 faziam parte das equipes de socorro, sendo muitos deles bombeiros. 

Trabalhadores da Construção Civil 

O setor de construção civil é dos que mais registram acidentes de trabalho no Brasil. Um canteiro de obras é um local com grande potencial de risco para os trabalhadores. Segundo os dados da SmartLab, entre 2012 e 2018 foram registrados quase 105 mil acidentes de trabalhos na construção de edifícios. 

Além disso, a função de servente de obras é uma das com maior número de casos de profissionais que sofreram algum acidente de trabalho com quase 98 mil registros. Os números mostram como trabalhar no setor de construção civil expõe profissionais a um alto risco de acidentes de trabalho. 

Estes profissionais exercem funções que os tornam suscetíveis a quedas de grandes alturas, problemas alérgicos, descargas elétricas, insolação, queda de objetos pesados sobre os trabalhadores, entre outros.  

Eletricistas 

Os eletricistas também exercem uma função com alto potencial de risco de acidentes. Estes profissionais lidam diariamente com a instalação e manutenção de redes de alta tensão, expondo-se a riscos como explosões e descargas de energia. 

Além disso, muitos eletricistas costumam realizar serviços em grandes alturas como na instalação e manutenção de cabos e postes de iluminação pública, por exemplo. O que também aumenta risco de quedas. 

Policiais 

Semelhante aos bombeiros, os policiais enfrentam situações trágicas diariamente para proteger a população. É comum vermos operações, perseguições que geram confrontos com criminosos armados. 

Nestas situações, os policiais ainda precisam resguardar a vida dos cidadãos que estão no local do tiroteio, o que os coloca ainda mais expostos a sofrerem ferimentos graves durante operações. Além disso, existem muitos casos nos quais policiais acabam sendo alvejados por criminosos fora do horário de serviço. 

Dessa forma, policiais correm risco de vida iminente em sua profissão.

Motoristas de caminhão 

Os motoristas de caminhão também estão suscetíveis a sofrerem acidentes de trabalho. De acordo com dados do Painel CNT de Consultas Dinâmicas de Acidentes Rodoviários, em 2020 foram registrados 63.447 acidentes em rodovias brasileiras, gerando 5.287 mortes no período. 

Boa parte das rodovias federais e estaduais não estão em bom estado de conservação e possuem falhas de sinalização, o que aumenta o risco de acidentes na estrada. Aliado a isto, estes profissionais transportam cargas muitas vezes valiosas, o que também os expõem a um risco de assaltos. 

Além destas condições desfavoráveis de trabalho, os motoristas de caminhão ainda enfrentam a pressão para cumprirem prazos curtos, passando horas dirigindo sem nenhum descanso, o que aumenta o nível de riscos de acidentes. 

Profissionais da área de saúde hospitalar 

Os profissionais de saúde que trabalham em hospitais e unidades de emergência também estão expostos a um alto risco de acidentes no trabalho. Eles podem ser contaminados por agentes químicos, biológicos ou vírus, além de terem problemas de ergonomia e falta de concentração pelo longo período de trabalho. 

De acordo com os dados da SmartLab, entre 2012 e 2018, quase 400 mil acidentes de trabalho foram registrados entre os profissionais de atendimento hospitalar. A maior parte deles atingiu técnicos de enfermagem, que lidam com agentes químicos e biológicos diariamente. 

Estas são algumas das profissões com maior risco de acidente de trabalho. Por isso, é tão importante a cobrança por EPIs (equipamentos de proteção individual) e por condições dignas de trabalho.